domingo, 1 de dezembro de 2013

Comerciantes voltam às ruas e reclamam das faixas exclusivas de ônibus

protestoO final da tarde e o início da noite da quarta-feira, dia 27, foram marcados por protestos de comerciantes da Zona Leste indignados com as faixas exclusivas para ônibus nas vias onde possuem seus estabelecimentos. Os atos paralisaram importantes vias, entre elas a rua do Orfanato e as avenidas João XXII, Conselheiro Carrão e Mateo Bei. Empresários e vendedores cobram, entre outros pontos, a diminuição do horário de vigência das faixas e da restrição de estacionamento, o que estaria gerando grande prejuízo para as lojas.
Na Vila Prudente, cerca de 60 comerciantes da rua do Orfanato fecharam as portas e iniciaram o protesto por volta das 17h30, na esquina com a rua do Oratório, onde permaneceram bloqueando o cruzamento por cerca de 40 minutos. Com a chegada de um grupo de lojistas da avenida Vila Ema, começaram a descer a Orfanato, sentido Centro, com gritos como: “Olha que legal, o Haddad acabou com o Natal”. A passeata seguiu até a rua Ibitirama, no Largo de Vila Prudente, onde os comerciantes chegaram às 19h30 e permaneceram fechando o trânsito até às 20h.
Os manifestantes fizeram questão de ressaltar que não são contra a faixa exclusiva, mas, acreditam que pode vigorar apenas no horário de pico da manhã. “Ninguém aqui luta para acabar com a medida, só achamos um absurdo funcionar de segunda a sexta das 6 as 20h e também aos sábados. O grande fluxo de ônibus e carros na Orfanato e na Vila Ema acontece até às 9h, depois disso não há motivos para manter a faixa, poderia seguir com a Zona Azul, como era antes. Perdemos dinheiro com a faixa implantada perto do Natal e se os estabelecimentos fecharem, muita gente vai perder o emprego”, destaca Wagner Casolda, um dos líderes do protesto. Já os comerciantes da Vila Ema, afirmaram que se a situação não mudar, os patrões serão obrigados a demitir cerca de 15 mil funcionários.
Não foram somente os comerciantes que participaram da manifestação. Moradores aderiram à passeata. “Meus avós residem na avenida Vila Ema. Eles não têm como andar a pé devido a idade e com a faixa exclusiva não temos como parar o carro para tirá-los de casa. Nem médico dá para marcar mais”, comenta a residente do bairro Camila Colognese. Alguns motoqueiros também apoiaram o protesto, ressaltando que a faixa exclusiva faz com que eles fiquem parados no trânsito.
Porém, teve gente que não ficou muito feliz com a manifestação, que fechou todos os cruzamentos da rua do Orfanato. Diversos usuários de ônibus que estavam nos pontos esperando os coletivos travados no trânsito, principalmente na esquina com a rua do Oratório, hostilizaram os manifestantes. Houve discussão e a Polícia Militar teve que intervir. Em alguns cruzamentos, motoristas de carro e motociclistas chegaram a jogar os veículos em cima dos manifestantes, começando outros bate-bocas e novamente a PM entrou em ação. Na esquina com a Torquato Tasso, os policiais chegaram até a cogitar a levar o condutor de um Marea para a delegacia, mas os comerciantes atingidos resolveram não registrar o boletim de ocorrência.
Outro fato que chamou a atenção foi que toda a organização do trânsito coube à Polícia Militar, já que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apareceu apenas uma hora depois do início do protesto, quando o caos no trânsito já atingiu diversas ruas. Um coletivo chegou a ficar entalado na rua Fidelis Papini.
protesto1Já na região da Vila Formosa, um grupo de comerciantes instalados na avenida João XXIII bloqueou o sentido Centro da via e, acompanhado com um carro de som, percorreu toda avenida. Um trecho da via, nas proximidades da avenida Rio das Pedras, chegou a ser bloqueado com pneus queimados. A manifestação, que começou por volta das 16h30, terminou na esquina da João XXIII com a avenida Renata, em frente à igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração, por volta das 19h.
Enquanto isso, centenas de manifestantes bloquearam as avenidas Mateo Bei, em São Mateus, e Conselheiro Carrão, no Carrão, também alegando que o horário estendido das faixas exclusivas e a proibição do estacionamento vai levar os comércios a falência. Na Conselheiro Carrão os comerciantes chegaram a invadir o terminal de ônibus e depois bloquearam parcialmente a Radial Leste. A promessa é que as manifestações continuarão semanalmente até que a Prefeitura atenda as reivindicações. (Colaborou Gerson Rodrigues)
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Veículos parados na rua Ibitirama (Ale Vianna/FolhaVP)

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