Famoso
por tornar pública a sua oposição ao casamento homossexual e por tecer
declarações controversas sobre o assunto, Alain Delon foi questionado
durante o programa televisivo C à Vous sobre uma entrevista que concedeu em julho ao jornal francês Le Figaro, na qual ele reclama da falta de “modelos masculinos” no cinema e na sociedade francesa.
Na ocasião, o artista criticou o fato de
que o país vem tratando as uniões homossexuais e heterossexuais da
mesma forma – o que, para ele, é inaceitável. “Isso é grave! Eu não sou
contra o casamento gay, pouco me importo com isso, mas sou contra a
adoção de crianças [por casais homossexuais]. Vão me dizer novamente que
eu devo me adaptar. Mas, bem, eu vivo muito mal esta época que banaliza
o que é contra a natureza. Apesar de passar por um ‘velho idiota’, isso
me choca!”, disse ao Figaro.
Em resposta à jornalista do C à Vous,
o ator ratificou as declarações proferidas ao quotidiano francês
dizendo que hoje “não há mais diferença, não há mais respeito”. Delon
ressaltou, mais uma vez, que não é contra o casamento gay, mas que ele
acredita que as uniões homossexuais são “contra a natureza”. “Estamos
aqui para amar uma mulher, não para paquerar um homem ou ser paquerado
por um homem”, completou.
A filha de Delon, Anouchka, de 22 anos,
que também participava do programa, intercedeu, defendendo que seu pai
não havia se expressado corretamente. Ao que o artista responde: “Por
mim, que eles se casem entre eles, pouco me importa. O que eu não quero é
que eles adotem [crianças]”.
As declarações de Delon inflamaram as
redes sociais na França. Desconcertada, Anouchka se esquivou. Em seu
perfil no Twitter, a jovem publicou na terça-feira: “Os propósitos
defendidos por meu pai no C à Vous lhe concernem somente e não têm nenhuma relação com as causas que eu defendo e creio”.
O casamento gay passou por um longo
debate no governo e na sociedade francesa e era uma promessa de campanha
do presidente François Hollande. Em abril deste ano, em clima de tensão
após enfrentar uma forte oposição dos partidos de direita, a Assembléia
Nacional francesa adotou definitivamente a lei que permite o casamento
entre pessoas do mesmo sexo.
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