Entidade quer evitar polêmica com leis antigay, como as da Rússia, sede dos Jogos de Inverno de Sochi-2014
Após polêmica por conta da lei antigay da Rússia durante os Jogos de
Inverno de Sochi, o COI (Comitê Olímpico Internacional) introduziu uma
cláusula antidiscriminação para as próximas Olimpíadas. Em carta aos
concorrentes aos Jogos de Inverno de 2022, a entidade informa alterações
no contrato entre a entidade e o vencedor da concorrência.
Segundo o diretor de Esporte do COI, Christophe Dubi, a nova regra é
baseada no sexto princípio da Carta Olímpica, que diz que “qualquer
forma de discriminação em relação a um país ou pessoa por motivos de
raça, religião, política, sexo ou outras formas é incompatível com o
Movimento Olímpico”.
Às vésperas dos Jogos de Inverno de Sochi, 12 competidores pediram às
autoridades russas a reconsiderar a legislação que proibia a “propaganda
gay” a menores de 18 anos e gerou uma onda de ataques homofóbicos. Os
atletas também criticaram o COI e os patrocinadores olímpicos por não
forçar o governo de Vladimir Putin a voltar atrás na legislação.
Uma das defensoras da lei russa, Yelena Isinbayeva, do salto com vara,
se envolveu em polêmica com a comunidade gay. "Vivemos com homens ao
lado de mulheres e mulheres ao lado de homens. Tudo deve ser assim.
Nunca tivemos problemas assim na Rússia. E não queremos ter problemas
assim no futuro", afirmou a saltadora.
Outros ex-atletas olímpicos apoiaram o manifesto, como Andy Roddick e
Martina Navratilova (tênis), e Greg Louganis (saltos ornamentais).
Em maio, mais de 80 mil pessoas assinaram petição pedindo ao COI para
incluir a cláusula no contrato olímpico com as próximas cidades
anfitriãs.
“Esse é um passo significativo para garantir a proteção de torcedores e
atletas de todo o mundo. Além disso, envia uma mensagem clara para as
futuras cidades-sede de que as violações aos direitos humanos, incluindo
contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros não serão toleradas”,
afirmou Andre Banks, cofundador da ONG All Out.
“Essas regras devem impedir que se repita o que aconteceu em Sochi”, acrescentou.
As concorrentes pelos Jogos de Inverno de 2022 são Oslo (Noruega), Almaty (Cazaquistão) e Pequim (China).
Anfitriã dos Jogos de Verão de 2008, Pequim enfrentou fortes protestos
de organizações defensoras dos direitos humanos, como a Human Rights
Watch. O Cazaquistão é outro alvo dessas entidades.
A iniciativa do COI fecha o cerco em relação à Fifa e às sedes das
próximas edições da Copa do Mundo. A Rússia, mesmo país que enfrentou
críticas por conta das limitações impostas em Sochi, será a sede do
Mundial de 2018. Em 2022, o torneio será disputado no Qatar, onde o
homossexualismo é ilegal.
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