sábado, 27 de setembro de 2014

COI impõe regra contra discriminação gay em Olimpíada

Entidade quer evitar polêmica com leis antigay, como as da Rússia, sede dos Jogos de Inverno de Sochi-2014

Após polêmica por conta da lei antigay da Rússia durante os Jogos de Inverno de Sochi, o COI (Comitê Olímpico Internacional) introduziu uma cláusula antidiscriminação para as próximas Olimpíadas. Em carta aos concorrentes aos Jogos de Inverno de 2022, a entidade informa alterações no contrato entre a entidade e o vencedor da concorrência.
Segundo o diretor de Esporte do COI, Christophe Dubi, a  nova regra é baseada no sexto princípio da Carta Olímpica, que diz que “qualquer forma de discriminação em relação a um país ou pessoa por motivos de raça, religião, política, sexo ou outras formas é incompatível com o Movimento Olímpico”.
Às vésperas dos Jogos de Inverno de Sochi, 12 competidores pediram às autoridades russas a reconsiderar a legislação que proibia a “propaganda gay” a menores de 18 anos e gerou uma onda de ataques homofóbicos. Os atletas também criticaram o COI e os patrocinadores olímpicos por não forçar o governo de Vladimir Putin a voltar atrás na legislação.
Uma das defensoras da lei russa, Yelena Isinbayeva, do salto com vara, se envolveu em polêmica com a comunidade gay. "Vivemos com homens ao lado de mulheres e mulheres ao lado de homens. Tudo deve ser assim. Nunca tivemos problemas assim na Rússia. E não queremos ter problemas assim no futuro", afirmou a saltadora. 
Outros ex-atletas olímpicos apoiaram o manifesto, como Andy Roddick e Martina Navratilova (tênis), e Greg Louganis (saltos ornamentais).
Em maio, mais de 80 mil pessoas assinaram petição pedindo ao COI para incluir a cláusula no contrato olímpico com as próximas cidades anfitriãs.
“Esse é um passo significativo para garantir a proteção de torcedores e atletas de todo o mundo. Além disso, envia uma mensagem clara para as futuras cidades-sede de que as violações aos direitos humanos, incluindo contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros não serão toleradas”, afirmou Andre Banks, cofundador da ONG All Out.
“Essas regras devem impedir que se repita o que aconteceu em Sochi”, acrescentou.
As concorrentes pelos Jogos de Inverno de 2022 são Oslo (Noruega), Almaty (Cazaquistão) e Pequim (China).
Anfitriã dos Jogos de Verão de 2008, Pequim enfrentou fortes protestos de organizações defensoras dos direitos humanos, como a Human Rights Watch. O Cazaquistão é outro alvo dessas entidades.
A iniciativa do COI fecha o cerco em relação à Fifa e às sedes das próximas edições da Copa do Mundo. A Rússia, mesmo país que enfrentou críticas por conta das limitações impostas em Sochi, será a sede do Mundial de 2018. Em 2022, o torneio será disputado no Qatar, onde o homossexualismo é ilegal. 


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