“Bom
dia amigos e amores. Estou me organizando para fazer umas fotos e dar
uma entrevista para um jornal de grande circulação no Estado”, publicou
Luciana Cupuaçu em sua página no Facebook horas antes de encontrar a
equipe do caderno Você. Com 68% dos votos, ela foi a grande vencedora da
primeira edição do reality show gay “Bibas”, transmitido pelo programa
“Paranoia na TV”, que vai ao ar todos os domingos de manhã na TV RBA.
Virou uma celebridade instantânea.
Luciana
desbancou Paula Hilary e Eduarda Werneck levando para casa uma moto
cor-de-rosa. Só que, mesmo antes de se consagrar campeã, ela já se
considerava uma vencedora. Afinal, o programa registrou 380 inscrições e
a paraense conseguiu um lugar ao sol entre as 16 participantes. “Sempre
fui muito polêmica nas redes sociais. Acho que isso chamou a atenção da
produção do programa. Eu não tinha papas na língua”, revela a
integrante do time das Bibetes. Contudo, não foi essa mesma Luciana que
deu as caras nos primeiros episódios do reality. “Eu ficava na minha,
observando tudo. As pessoas não estavam me reconhecendo. Depois de uma
briga é que apareceu a Luciana que os meus amigos e vizinhos conheciam”,
diz, toda orgulhosa.
A
confusão que comprou com uma das concorrentes provocada por uma
combinação de votos foi um divisor de águas na sua participação no
programa e fez toda a diferença para Luciana crescer e aparecer. Outro
ponto alto foi a prova que aconteceu em um restaurante rural, onde as
meninas tiveram que encarar uma série de pratos exóticos. Mucura ao
molho pardo, lesma ao ponto, pizza de turu com tripa de boi, testículo
de boi cozido e sopa de cabeça e pé de galinha estavam no cardápio das
bibas e ela encarou sem medo. “Tinha um cheiro insuportável, mas eu
queria atingir o meu objetivo e tive que comer”, lembra Luciana.
O
maior desafio, no entanto, não foi digerir o menu exótico. A prova da
selva, realizada em meio a um matagal com exercícios de guerrilha, foi o
que desestabilizou a moça, que tem roxo como a cor preferida e não sabe
andar de salto alto. “Pensei em desistir”, conta. O maior incentivo
para seguir em frente foi a mãe, que tem problemas de saúde e sofre de
depressão. “Eu pensava muito nela. Passo o dia cuidando dela e ela morre
de ciúme de mim. Minha mãe acompanhou todo o programa”, comenta. A
moto, ela pensa em vender para investir na casa e cuidar da saúde da
mãe.
Antes
mesmo do fim do programa, Luciana já causava furor por onde passava.
“Uma vez fui ao supermercado e, na fila do caixa, uma senhora olhava o
jornal e olhava para o meu rosto. As pessoas me reconheceram, tiraram
foto comigo e eu recebi muito carinho. Foi aí que eu pensei: ‘Gente, eu
estou famosa!’”, conta a paraense que esconde na carteira de identidade o
nome João e tem vontade de fazer a cirurgia de mudança de sexo.
Embora
colha os bons frutos da fama, ela lembra que nada foi fácil. Para dar
as caras na TV precisou abrir mão do namorado com quem já estava há mais
de um ano. “Ele mandou eu escolher entre ele e o programa e, na hora,
eu pensei em mim, no meu futuro”, diz ela, que pediu dinheiro emprestado
para pegar o ônibus que a levaria até a seletiva, nos estúdios da RBA
TV. A amiga que ajudou hoje sente orgulho, o investimento valeu a pena.
“Estou
me sentindo realizada. Agenda lotada até o final de agosto. Tenho feito
presença especial em muitos eventos”, conta. No Facebook, Luciana tem
mais de 5 mil amigos e as solicitações de amizade não param de chegar.
Internautas do Japão e até dos Estados Unidos prestigiam a paraense.
O nome artístico surgiu na onda das mulheres frutas. Começou como “Mulher Cupuaçu” através das apresentações como cantora e dançarina de funk, interpretando sucesso de outras funkeiras e duas músicas próprias gravadas. Um dos destaques de seus shows é a “surra de bunda”, na qual ela faz uma coreografia ousada com alguém da plateia.
Caminho da vitória
O nome artístico surgiu na onda das mulheres frutas. Começou como “Mulher Cupuaçu” através das apresentações como cantora e dançarina de funk, interpretando sucesso de outras funkeiras e duas músicas próprias gravadas. Um dos destaques de seus shows é a “surra de bunda”, na qual ela faz uma coreografia ousada com alguém da plateia.
Caminho da vitória
A
dinâmica do programa, um quadro do “Paranoia na TV”, funcionava da
seguinte maneira: os dois times (Bibetes e Musas) se enfrentavam em
provas e, quando uma das meninas era eliminada do jogo, ela “voltava
para o armário”. O desenrolar dos desafios propostos foi o que garantiu
ao programa o sucesso inesperado e o “Bibas” foi destaque em vários
sites e blogs nacionais, ganhando a liderança de audiência em vários
domingos disputando com a programação nacional. Lá, Luciana se revelou
ao mundo. “Eu fui eu mesma, não fiz nenhum teatro. Queria que as pessoas
me escolhessem pelo meu potencial e não pelas minhas condições
financeiras”, diz, enfática, Luciana, que emocionou o público quando
mostrou a sua casa e as condições humildes em que vive.
Ela
guarda com carinho os recortes de jornal das matérias nas quais foi
destaque. Os vídeos do programa estão todos no YouTube e, vez ou outra,
ela aperta o play para matar saudade. Pode não parecer, mas Luciana tem
uma pitada de timidez e é recatada diante do desconhecido. Leva um tempo
até se soltar. Religiosa, anda com um terço rosa claro a tiracolo e não
perde as missas de quarta-feira na Paróquia de São Judas Tadeu. Muito
caseira, não bebe e nem fuma. Quando sai de casa é para dançar e foi a
partir da dança que ela descobriu a sua sexualidade. No auge do grupo “É
o tchan”, Luciana passou a dançar usando maquiagem e roupas femininas.
“O grupo marcaram a minha vida. O meu sonho é conhecer o Beto Jamaica e o
Comprade Washington”, diz, com os olhos cheios de lágrimas.
Segunda edição vem aí
O
“Bibas” é gravado no estúdio da emissora e em externas, mas para a
segunda temporada a produção revela que vai tentar trancafiar as
participantes em uma casa no estilo “Big Brother Brasil”. As inscrições
para a segunda edição já podem ser feitas no site do “Paranoia”
www.paranoianatv.com.br.
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