
Na Vila Prudente, cerca de 60 comerciantes da rua do Orfanato fecharam as portas e iniciaram o protesto por volta das 17h30, na esquina com a rua do Oratório, onde permaneceram bloqueando o cruzamento por cerca de 40 minutos. Com a chegada de um grupo de lojistas da avenida Vila Ema, começaram a descer a Orfanato, sentido Centro, com gritos como: “Olha que legal, o Haddad acabou com o Natal”. A passeata seguiu até a rua Ibitirama, no Largo de Vila Prudente, onde os comerciantes chegaram às 19h30 e permaneceram fechando o trânsito até às 20h.
Os manifestantes fizeram questão de ressaltar que não são contra a faixa exclusiva, mas, acreditam que pode vigorar apenas no horário de pico da manhã. “Ninguém aqui luta para acabar com a medida, só achamos um absurdo funcionar de segunda a sexta das 6 as 20h e também aos sábados. O grande fluxo de ônibus e carros na Orfanato e na Vila Ema acontece até às 9h, depois disso não há motivos para manter a faixa, poderia seguir com a Zona Azul, como era antes. Perdemos dinheiro com a faixa implantada perto do Natal e se os estabelecimentos fecharem, muita gente vai perder o emprego”, destaca Wagner Casolda, um dos líderes do protesto. Já os comerciantes da Vila Ema, afirmaram que se a situação não mudar, os patrões serão obrigados a demitir cerca de 15 mil funcionários.
Não foram somente os comerciantes que participaram da manifestação. Moradores aderiram à passeata. “Meus avós residem na avenida Vila Ema. Eles não têm como andar a pé devido a idade e com a faixa exclusiva não temos como parar o carro para tirá-los de casa. Nem médico dá para marcar mais”, comenta a residente do bairro Camila Colognese. Alguns motoqueiros também apoiaram o protesto, ressaltando que a faixa exclusiva faz com que eles fiquem parados no trânsito.
Porém, teve gente que não ficou muito feliz com a manifestação, que fechou todos os cruzamentos da rua do Orfanato. Diversos usuários de ônibus que estavam nos pontos esperando os coletivos travados no trânsito, principalmente na esquina com a rua do Oratório, hostilizaram os manifestantes. Houve discussão e a Polícia Militar teve que intervir. Em alguns cruzamentos, motoristas de carro e motociclistas chegaram a jogar os veículos em cima dos manifestantes, começando outros bate-bocas e novamente a PM entrou em ação. Na esquina com a Torquato Tasso, os policiais chegaram até a cogitar a levar o condutor de um Marea para a delegacia, mas os comerciantes atingidos resolveram não registrar o boletim de ocorrência.
Outro fato que chamou a atenção foi que toda a organização do trânsito coube à Polícia Militar, já que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apareceu apenas uma hora depois do início do protesto, quando o caos no trânsito já atingiu diversas ruas. Um coletivo chegou a ficar entalado na rua Fidelis Papini.

Enquanto isso, centenas de manifestantes bloquearam as avenidas Mateo Bei, em São Mateus, e Conselheiro Carrão, no Carrão, também alegando que o horário estendido das faixas exclusivas e a proibição do estacionamento vai levar os comércios a falência. Na Conselheiro Carrão os comerciantes chegaram a invadir o terminal de ônibus e depois bloquearam parcialmente a Radial Leste. A promessa é que as manifestações continuarão semanalmente até que a Prefeitura atenda as reivindicações. (Colaborou Gerson Rodrigues)




Nenhum comentário:
Postar um comentário