No Dia Internacional Contra a Homofobia, dez advogados defensores dos
direitos humanos na China enviaram um pedido à Assembleia Nacional
Popular (ANP, Legislativo) para defender a legalização dos casamentos
entre pessoas do mesmo sexo.
No documento, enviado a uma das
comissões da ANP, advogados de diferentes regiões do país assinalaram
que a China deve seguir o mesmo caminho de outros países que tornaram
esta medida legal, o que contribuiria com uma melhor aceitação deste
coletivo no país asiático.
"A forma mais efetiva de eliminar a
discriminação contra o homossexualismo é permitir que os casais do mesmo
sexo possam se casar", assinalou ao jornal "South China Morning Post" a
advogada Huang Yizhi, uma das organizadoras da campanha.
Segundo
Huang, que em 2010 defendeu um homossexual que foi proibido de doar
sangue, o coletivo ainda sofre uma pressão social muito grande na China,
um fato que força a maioria deles ocultar sua orientação sexual e,
inclusive, se casar com pessoas do sexo oposto para manter as
aparências.
Embora o casamento homossexual não seja permitido
pela lei na China, algumas uniões deste tipo já foram realizadas no
país, todas em caráter reivindicativo (através da justiça).
Recentemente, duas mulheres, acompanhadas por jornalistas, realizaram um
casamento civil em Pequim.
Segundo dados da campanha, entre 4% e 6%
da população total da China é homossexual, o que, no país mais povoado
do mundo, somaria um coletivo de aproximadamente 40 milhões de pessoas.
Até
os anos 90, o regime chinês considerou oficialmente a homossexualidade
como uma "doença mental", uma ideia que já foi abandonada perante as
leis, mas segue oculta diante da persistência da discriminação,
geralmente sutil, contra este coletivo.
Nos últimos anos, por
exemplo, as autoridades chinesas suspenderam concertos, concursos de
beleza, ciclos de cinema e outros eventos dirigidos ao coletivo
homossexual, apesar deste ser tratado com certa aceitação na imprensa do
país asiático, incluindo os oficiais.
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