
Rainha britânica é conhecida como uma das chefes de Estado mais friendly do mundo. Crédito da montagem: Correio Braziliense
Membros do Parlamento aplaudiram quando foram informados que o histórico projeto de lei havia sido aprovado, tornando a Grã-Bretanha o 15º país no mundo a legalizar o casamento gay.
O primeiro-ministro, David Cameron, pressionou para a aprovação do projeto de lei, apesar da feroz oposição dentro de seu Partido Conservador.
“Este é um momento histórico que vai repercutir na vida de muitas pessoas”, disse a ministra da Cultura, Maria Miller, cujo departamento foi responsável pelo projeto de lei.
“Estou orgulhosa por termos feito isso acontecer, e estou ansiosa para o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo no próximo verão”, acrescentou.
Este período de tempo é necessário porque o governo ainda está resolvendo algumas questões, como o impacto sobre as pensões.
Os sistemas de computadores do governo também precisarão ser atualizados para permitir que casamentos entre pessoas do mesmo sexo sejam registrados, a um custo estimado de £2 milhões (US$ 3 milhões, EUR 2,3 milhões).
O projeto de lei legaliza o casamento gay na Inglaterra e no País de Gales. Escócia e Irlanda do Norte têm suas próprias leis sobre o tema.
Os legisladores da Câmara dos Comuns do Parlamento votaram a favor do casamento gay em fevereiro, apesar da oposição feroz dos membros do Partido Conservador de Cameron.
A Câmara dos Lordes aprovou formalmente o projeto na segunda-feira, e ele voltou para a Câmara dos Comuns para seu aval final na noite de terça-feira, depois que os deputados concordaram com algumas alterações, como a garantia de proteções para casais transgêneros.
O consentimento da rainha, dado na sua qualidade de chefe de Estado, foi anunciado em ambas as câmaras do Parlamento nesta quarta-feira, quando se tornou lei.
No entanto, os aplausos que marcaram a notícia não apagam da memória o período complicado que envolveu o então projeto de lei no Parlamento.
Dezenas de conservadores se opunham à lei na Câmara dos Comuns, enquanto uma tentativa na Câmara dos Lordes no mês passado para “matar” a legislação com uma emenda falhou.

Ativistas
gays dirigem ônibus personalizado em frente ao Parlamento britânico em
favor ao casamento gay. Crédito: Andrew Cowe/AFP
Uniões civis para casais gays são legais na Grã-Bretanha desde 2005, e concedem a eles direitos e responsabilidades iguais aos fornecidos a casais heterossexuais em um casamento civil.
Mas os ativistas apontam para as diferenças, tais como a incapacidade de casais gays escolherem uma cerimônia religiosa e a impossibilidade de chamar seu relacionamento de “casamento”.
Novos tempos
Uma pesquisa realizada pelo YouGov/Centre Ground mostrou que 54% dos britânicos apoiaram a legalização do casamento gay, enquanto 36% eram contra a nova lei. A pesquisa foi realizada nos dias 2 e 3 de julho com uma amostra de 1.923 pessoas.
A França se tornou o 14º país a aprovar, em maio, uma lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, se somando à Holanda, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Portugal, Islândia, Argentina, Dinamarca, Uruguai, Bélgica e Nova Zelândia.
Casais gays também podem se casar em 13 estados dos Estados Unidos, assim como na capital Washington. Algumas partes do México permitem o casamento gay, e uma decisão judicial permite este tipo de união no Brasil.
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